Pense Nisso...

PEDI E OBTEREIS





PEDI E OBTEREIS 

Qualidades Da Prece


     1. Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que, afetadamente, oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens. 
     - Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. 
     - Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a recompensa.

     Não cuideis de pedir muito nas vossas preces, como fazem os pagãos, os quais imaginam que pela multiplicidade das palavras é que serão atendidos. 
     Não vos torneis semelhantes a eles, porque vosso Pai sabe do que é que tendes necessidade, antes que lho peçais. 

(S. MATEUS, cap. VI, vv., 5 a 8.)

     4. Jesus definiu claramente as qualidades da prece. Quando orardes, diz ele, não vos ponhais em evidência; antes, orai em secreto. Não afeteis orar muito, pois não é pela multiplicidade das palavras que sereis escutados, mas pela sinceridade delas. 
     Antes de orardes, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, visto que a prece não pode ser
agradável a Deus, se não parte de um coração purificado de todo sentimento contrário à caridade. 

     Orai, enfim, com humildade, como o publicano, e não com orgulho, como o fariseu.
     Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau. (Cap. X, nº 7 e nº 8.)


Eficácia da prece

     5. Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)

     6. Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas.
      E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.

     Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. 
    
      Se assim fosse, nada mais seria o homem do que
instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa.      Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. 
     
     Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. 
     Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências
subordinadas ao que ele faz ou não. 

      Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que
forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. 

     Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.


       7. Desta máxima: “Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece”, fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. 
     É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. 

     Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.

     O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação.      
     Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante idéias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa

forma o mérito da ação.

     Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: 
     - "Ajuda-te, que o Céu te ajudará"; 

     não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. (Cap. XXV, nº 1 e seguintes.)


CAPÍTULO XXVII
 Evangelho Segundo O Espiritismo 


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